Isabel Nunes
Aluna/ Docente
Presidente Conselho Geral
É com muito gosto e emoção que escrevo algumas palavras sobre uma instituição que agora completa cinquenta anos e que foi parte integrante da minha vida, primeiro como aluna e depois como docente.
Entrei no Liceu Nacional D. Dinis no dia nove de outubro de mil novecentos e setenta e dois, no primeiro dia de aulas, do ano letivo que se iniciava, com muita curiosidade e expectativa. O liceu era novo. Tinha grandes espaços exteriores onde se podia circular à vontade, um enorme ginásio e campo de jogos, uma excelente sala de convívio e iria ser frequentado por rapazes e raparigas.
Eu era uma aluna que vinha de um liceu feminino, pois os liceus mistos eram, na altura, uma novidade. O D. Dinis ficava relativamente próximo da minha casa, o que me permitia ir e vir a pé todos os dias. Não podia esperar melhor.
Ali completei o ensino secundário. Aprendi muito com professores dedicados e bons profissionais, de quem guardo ainda boas recordações, talvez pela forma objetiva e experimental como orientavam as aulas, de que eu tanto gostava. Aí fiz amigos que ainda conservo. Aí vivi a revolução de abril e os períodos conturbados que marcaram tanto a vida académica, como a minha vida e a dos meus amigos e que foram, também, fonte de grandes inquietudes para os nossos pais. Foram anos inesquecíveis.
Continuei os meus estudos na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Optei pela carreira docente e regressei, como professora, à Escola Secundária D. Dinis no ano de mil novecentos e oitenta e seis e aí permaneci até ao ano de dois mil e dezassete, altura em que troquei Lisboa pelo Alentejo, para viver.
Nesses mais de trinta anos de serviço nesta instituição, lecionei disciplinas integradas na minha área de estudos, colaborei em alguns projetos, como o Clube Europeu, que possibilitou a professores, alunos e pessoal não docente um conhecimento mais alargado do trabalho da União Europeia, tanto através de troca de informação, como de visitas ao Parlamento Europeu, e outras iniciativas.
Fui diretora de turma, assessora do Conselho Executivo, coordenadora de curso, delegada do meu grupo disciplinar, presidente do Conselho Geral da Escola Secundária D. Dinis e, também, presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas D. Dinis, Lisboa.
O meu trabalho nestes Conselhos Gerais permitiu-me uma maior ligação aos encarregados de educação, um maior conhecimento e relacionamento com as entidades externas que cooperavam com a comunidade educativa e participar de forma mais ativa nas transições ocorridas nos regimes de administração e gestão escolar que conduziram à eleição do primeiro Diretor da Escola e à sua posterior reeleição como Diretor do Agrupamento.
Participei em diferentes momentos determinantes da vida desta instituição, hoje convertida em sede de um grande Agrupamento Escolar.
Recordo-a com muita saudade.
Considero que o profissionalismo, a amizade, a entrega e entreajuda dos que aí trabalharam e dos que ainda hoje trabalham têm permitido que o seu crescimento estrutural seja bem-sucedido e criam um ambiente privilegiado para os que ali estudam, ensinam ou desempenham outras funções.
Página anterior
