Josefa Monteiro

Docente

Presidente Assembleia de Escola

DINIS tem un je ne sais quoi!

Como todos os professores, eu também circulei todos os anos por diferentes escolas, até que a distância casa/escola se tornasse confortável; e era importante sentir que o primeiro impacto com a massa humana (alunos, professores e funcionários) era especialmente empática, de modo a dizermos com os nossos botões: finalmente é ESTA!

E foi assim que assentei arraiais na Escola Secundária D. Dinis onde permaneci durante 15 anos, até ao ano da reforma. Não me lembro de ter posto em dúvida ao longo desses anos, a minha continuidade nesta escola.

Lembro-me sim, de jovens colegas colocadas no D. Dinis que entravam no Conselho Diretivo lavadas em lágrimas, porque tinha sabido horrores da escola e queriam contrariar as ordens do ministério, comprometendo a sua carreira profissional. Era preciso uma longa conversa para as convencer que terminava com uma aposta: no fim do ano voltávamos a falar! Certo e sabido: concorriam, mas com o D. Dinis em 1º lugar.

Esta escola dava-nos todos os dias um misto de satisfação, vontade de entreajudar e recebia-se calor humano. Mas não sou só eu a pensar assim. Nunca foi um colégio de meninos de elite, talvez até eram mais carentes do que o habitual e, como em todas as escolas públicas não nos faltavam situações disciplinares, por vezes bem complicadas. O Conselho Diretivo em exercício no do ano da minha entrada (e que se manteve por muitos anos no cargo) era muito humano. Sabia também que era preciso aproveitar e investir em todos os projetos e programas que possibilitavam aos nossos alunos ganharem autoestima, abrir horizontes e “ter mundo”. Como exemplo, cito de entre outros, o projeto RAÍZES e o programa COMENIUS Os professores organizavam-se e raro era o ano em que alunos e professores estrangeiros não eram recebidos na nossa escola ou os nossos não estavam algures na Europa em representação de Portugal.